KILLER W.H.A.L.E.
WARRIOR: HOVERING ASSAULT LAUNCHING ENVOY
ou
Hovercraft Guarda-Costeira
Um hovercraft é, basicamente, um veículo que se move sobre um colchão de ar, possibilitando que ele se locomova sobre várias superfícies, mesmo instáveis, como água, lama, charcos, terrenos levemente acidentados e, assim, até mesmo sobre campos minados.
Seu inventor foi o engenheiro britânico Sir Christopher Cockerell (Cambridge, 4/7/1910 – Hythe, Hampshire, 1/6/1999), que ajudou a projetar radares durante a Segunda Guerra e que já na faculdade conseguiu 36 patentes, todas vendidas para o Governo Britânico por 10 libras cada, um “valor terrível”, segundo o próprio Cockerell. Projetou sistemas de localização por rádio e o primeiro equipamento usado pela BBC no Alexander Palace.
![]() |
| Sir Christopher Cockerell |
Mas o engenheiro filho de um curador de museu e de uma ilustradora e designer queria construir um veículo anfíbio rápido e eficiente. Com isso, um belo dia juntou um motor de aspirador de pó e, pasmem, duas latas de café. E com isso desenvolveu o conceito de locomoção sobre um colchão de ar.
Partiu do conceito de que se a embarcação se levantasse da água, o arrasto seria inexistente e com isso a velocidade seria aumentada de forma significativa. A ideia era que, se e vez de bombear ar sob a nave o ar fosse canalizado como um estreito jato em torno de seu perímetro, esse ar formaria uma cortina dinâmica, como uma parede em movimento, limitando o vazamento do ar e aproveitando ao máximo sua energia de deslocamento e sustentação e exigindo um motor menor.
![]() |
| Hovercraft - primeiro modelo |
Partiu do conceito de que se a embarcação se levantasse da água, o arrasto seria inexistente e com isso a velocidade seria aumentada de forma significativa. A ideia era que, se e vez de bombear ar sob a nave o ar fosse canalizado como um estreito jato em torno de seu perímetro, esse ar formaria uma cortina dinâmica, como uma parede em movimento, limitando o vazamento do ar e aproveitando ao máximo sua energia de deslocamento e sustentação e exigindo um motor menor.
![]() |
| Esquema de funcionamento de um hovercraft |
Assim, no outono de 1958, o NRDC (National Research Development Corporation) fez o pedido de um protótipo em escala junto à Saunders-Roe, o SR-N1 (Saunders-Roe Nautical One), apresentado publicamente em 11 de julho de 1959. Carregava 4 passageiros e viajava a uma velocidade de 28 km/h. Foi enviado à França algumas semanas depois e atravessou o Canal da Mancha entre Calais e Dover em 25 de julho de 1959.
Sir Cockerell recebeu vários prêmios durante a vida, entre eles o Prêmio Elmer A. Sperry pelo desenvolvimento do hovercraft em 1968 e sagrado Cavaleiro em 1969.
Após as primeiras viagens com o hovercraft percebeu-se que a flutuação e a estabilidade melhorariam com a adição de uma cortina mais consistente do que somente o fluxo de ar e se adicionou uma “saia” de tecido flexível em torno do veículo e, por durabilidade, se optou também por testar uma saia de borracha. Com isso, o ar era impedido de se espalhar, ficando contido dentro da saia e, dessa forma, o bolsão de ar passou a evitar balanços, solavancos e movimentos inesperados, tornando o veículo muito mais estável.
O SR-N1 usava um motor a pistão e, assim limitado a transportar seus próprio peso e o de mais dois homens ou mais 4 com um esforço maior. O primeiro hovercraft realmente desenvolvido para transportar passageiros foi o Vickers VA-3.
![]() |
| Vickers VA-3 |
Em 1962, um hover-link começou através do rio Dee e um SR-N2 transportando 48 passageiros começou a operar através do rio Severn em 1963. Um hover-link sobre o Solent foi estabelecido em 1964. Em 1969, o SRN-4 fez sua primeira viagem cruzando o Canal e, eventualmente, prestou um serviço para 250 passageiros e 30 carros - abrindo uma nova rota para o continente para milhares de turistas.
Hovercrafts foram usados para o transporte de passageiros pelo Canal da Mancha de 1970 até 2000, quando o Eurotúnel se tornou mais rápido que esse meio de transporte. Seu uso como meio de transporte caiu em declínio pelos custos menores de operação de aerobarcos, pois consomem menos combustível. No entanto permanecem em atividade em vários usos militares e também para o laser civil. Ainda são muito usados para áreas pantanosas e existem vários modelos menores para uso pessoal.
O Uso Militar
Para esta matéria, nos interessa o uso militar.
Os primeiros dias
A unidade de hovercraft Interservice (Extremo Oriente)
O interesse militar pelo hovercraft ainda no início dos anos 60 levou à formação do Interservice Hovercraft Working Party em 1961 e a formação do Hovercraft Interservice (Trials) Unit (IHTU) no HMS Ariel (mais tarde HMS Daedalus), em Lee-on-the-Solent, a oeste do porto de Portsmouth. IHTU retirou e integrou pessoal egresso da Marinha Real, Royal Marines, Royal Air Force e do Exército. As diferentes formações para a conformação do Serviço ajudaram tanto na manutenção de rotina como na busca de falhas nessas embarcações especiais. Além disso, depois a tradicional turnê de 3 anos, o pessoal foi redistribuído para outras unidades ativas e difundir a utilidade do hovercraft como vetor anfíbio.
![]() |
| Unidade nos dias do NHTU com embarcações SR.N6, BH 7 e VT 2 |
A fim de avaliar o potencial militar de hovercraft, o trabalho começou com a contratação dos fabricantes e operando pela Lee-on-the-Solent. Essas avaliações serviram o duplo propósito de permitir que o pessoal do Serviço ganhasse experiência com operações usando hovercrafts e auxiliando os fabricantes no desenvolvimento de suas embarcações.
![]() |
| O SR.N2 ao lado do SR.N1 |
A primeira grande avaliação foi realizada com o SR.N1. Na época saias de 18 polegadas. As experimentações compreenderam muitos circuitos de maneira buscar as limitações do hovercraft, que incluiu diversas etapas e até etapas construídas em cascalho. Em uma segunda série de tentativas, com saias de profundidade de 4 pés 6 polegadas, a embarcação foi operada sobre pistas de obstáculos com barrancos de quase 3 pés de profundidade (cerca de 1m) e entre 4 e 15 pés de largura (1,2m a 4,5m). O SR.N1 foi um design experimental, mas SR.N2 foi uma embarcação prática e ensaios militares incluíram uma travessia de Cowes para Portland em mares com ondas de até 1,8m e uma circunavegação da Ilha de Wight em condições calmas, a uma velocidade média de 58 nós (107,4 Km/h). IHTU também foi envolvido em demonstrações do SR.N2 em Montreal, operando no St. Lawrence Rio e as corredeiras de Lachine.
Vickers Armstrong também produziu alguns dos primeiros hovercraft e o VA 1 foi baseado em Lee-on-the-Solent, realizando testes de obstáculos sobre fardos de palha no hum campo aéreo. O maior VA 2 foi levado pela a RAF para El Adam, no norte da África, para ensaios em condições desérticas. Os primeiros ensaios terrestres abrangentes com um Hovercraft VA 2 incluíram viagens completas, totalizando quase 200 milhas a velocidades de até 38 nós (70,3 Km/h). O desgaste das saias sobre a areia era grave, mas nem a poeira, nem o terreno eram problemas.
![]() |
| Vickers VA 1 |
![]() |
| Vickers VA 2 |
Tornou-se óbvio a partir das avaliações dos hovercrafts contratados de seus fabricantes que, a fim de avaliar plenamente o potencial militar do hovercraft, seria necessária uma Unidade para as embarcações. Para este fim, foi dada entrega do SR.N3 e três SR.N5s da British Hovercraft Corporation em julho e setembro de 1964, respectivamente.
![]() |
| SR.N5 na Selva de Sumatra |
![]() |
| SR.N5 no mar |
Dois dos SR.N5s - XT 492 e XT 493 - eram versões militares, modificadas para operações nos trópicos, para serem utilizadas pelo IHU (FE). Após um período de treinamento no Reino Unido, a Unidade mudou-se para Singapura, no final de 1964, para um período de 2 meses
A Unidade se instalou em Tawau, Sabah, para avaliar o valor do hovercraft como um transportador de carga militar no tipo de terreno encontrado na área
O apoio logístico era normalmente realizado por veículos rodoviários, embarcações fluviais civis, helicópteros ou barcos de assalto. As comunicações rodoviárias na área eram extremamente limitadas, embarcações fluviais eram prejudicadas pela profusão de detritos flutuantes e por águas rasas na maré baixa, e o uso de helicópteros era estritamente limitado, a fim de economizar horas para tarefas mais importantes. No entanto, em Tawau, a embarcação cobriu quase 6.400 milhas náuticas e transportou 1.600 passageiros e 110 toneladas de carga.
A nave foi transferida para a Tailândia, onde suas capacidades anfíbias foram demonstradas, tanto em condições calmas e ventos de até 40 nós (74 km/h), ondas de até 2,2m. A embarcação foi conduzida para cima e para baixo nas corredeiras fluindo a velocidades máximas de 12 nós(22,2 km/h), com afloramentos rochosos e através de aberturas não muito mais largas que a embarcação. Curvas apertadas nos rios eram freqüentemente vencidas usando a saia inflada como um pára-lama contra as margens do rio.
Em Sarawak, uma jornada de mais de 480 quilômetros ao longo do rio Rayong foi concluída. os primeiros 177 quilômetros foram sobre o rio aberto, mas a partir de então, começando com nas corredeiras Pelagus, a rota tornou-se cada vez mais difícil. A viagem normalmente leva de 8 a 12 dias de barco longo - o hovercraft concluiu a viagem em menos de 8 horas.
Deve-se observar aqui que a Unidade do Extremo Oriente estava mantendo com sucesso embarcações movidas a turbinas a gás com estruturas aeroespaciais e saias de primeira geração operando em ambiente equatorial de alta umidade, sempre encarando viagens para locais remotos.
Esse desempenho não passou despercebido pela Marinha ou pelos Reais Fuzileiros Navais, e foram enviados em testes ou designações de demonstração para muitos locais desafiadores em todo o mundo no final da década de 1960 e início dos anos 1970, incluindo o destacamento de um SR.N6 da Royal Navy às Ilhas Falkland para uma turnê de verão no final de 1967.
![]() |
| O SR.N6 nas Falklands |
Ensaios e avaliações
O SR.N3 - o primeiro hovercraft militar do mundo - realizou uma série de avaliações de papéis, incluindo a operação como embarcação marítima da RAF, guerra anti-submarina (ASW) para a Marinha Real e operações no papel logístico para o Exército. A embarcação também apareceu na primeira vitrine de hovercraft - Hover show 66. O SR.N3, e depois o BH 7, apareceram em viagens ao exterior, mas com o hovercraft inicialmente como balsas comerciais, as menores SR.N5 e SR.N6s provaram ser os “cavalos de batalha” da Unidade.
O SR.N5 XT 657 foi equipado com um pacote de instrumentação abrangente para registrar dados de ensaios durante testes de desempenho, conduzidos pela Royal Aircraft Establishment, Bedford e Admiralty Experiment Works, e pessoal da Haslar. Os testes de Bedford incluíram testes estáticos para medir o empuxo da hélice, forças de controle e estabilidade do passo e do rolo, eficiência do sistema de elevação, altura do hover e folga diurna.
Testes em mar incluíram medidas de desempenho para permitir a variação de componentes de arrasto como velocidade de avanço a ser obtida, investigações de efeitos de controle e navegação e ensaios em três pesos diferentes e em várias condições ambientais.
Na volta do Extremo Oriente, o XT 493 foi reformado, e após o emprego em treinamento e tarefas gerais de logística, foi preparado para testes de onda. Estes foram conduzidos em Saunton Sands, na costa de North Devon, também envolvendo um SR.N6 Mk 2.
Verificou-se que o melhor método para se aproximar da praia era posicionar a embarcação entre as cristas de onda e ajustar a velocidade, até que embarcação e onda se aproximarem da costa em a mesma velocidade. Deixar a praia mostrou-se melhor em uma pista a 45 ° da onda. Uma versão militar do SR.N6 realizou testes navais em Portland, investigando como usar a embarcação para treinamento anti barcos rápidos de patrulha, um barco de segurança de helicóptero e vários exercícios com os navios que trabalham com o Treino Marítimo da Bandeira Oficial. Um grande ensaio envolveu a investigação sobre a melhor geometria para um “caminho hover” em Longmoor, Hampshire, culminando na construção de um caminho de passagem com comprimento de 0,83 milhas, com curvas, subidas e descidas, completadas pela nave no objetivo de velocidade média do bloco de 25 nós (46,3 Km/h).
British Hovercraft Corporation, BH 7
O maior BH 7 completou uma série muito abrangente de testes de aprovação, operados por uma equipe conjunta da IHTU e da British Hovercraft Corporation. Uma vez aceito em serviço, as tripulações foram trabalhadas para operar e manter a embarcação. Ensaios de clima frio foram conduzidos durante março e abril de 1972, na Suécia e o golfo de Bótnia. A viagem de cerca de 1.600 milhas náuticas para a Suécia e para Ranea, o ponto navegável mais setentrional do Golfo de Bótnia, foi uma das viagens mais longas realizadas por hovercraft operando sob seu próprio poder.
Operando tão longe da base, em condições relativamente adversas e sobre superfícies não anteriormente conhecidas, a embarcação e a equipe se viram em um grande desafio. O desafio foi cumprido e os ensaios concluídos com sucesso. Os resultados atraíram significativo interesse, particularmente a demonstração de quebra de gelo por hovercraft.
A avaliação da habitabilidade e confiabilidade a longo prazo foi testada quando o BH 7 foi usado em Channel Patrol, operando a partir de Pegwell Bay, Kent. A embarcação era dirigida pelo HM Coastguards em St. Margaret’s Bay, Dover, geralmente em andamento no canal, a nave sendo despachada para identificar um "ladino" avistado na tela de radar de Dover. As interceptações eram feitas de dia e de noite, sendo o objetivo localizar e fotografar os "ladinos". As intercepções foram realizadas em condições climáticas com ventos de até 20 nós e ondas de até 4 pés.
No segundo semestre de 1973, o BH 7 foi implantado na costa leste dos EUA, a embarcação sendo equipada com uma porta de proa de concha e rampa para receber veículos e grandes cargas a serem transportadas, antes da partida. A maioria do trabalho nos EUA consistia de apresentações para as autoridades militares e civis. Os ensaios foram conduzidos para o Naval Research & Development Center e exercícios realizados com o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e a Guarda Costeira dos EUA. A embarcação atraiu vários milhares de visitantes quando em Nova York.
Contra-Medidas de Minas
Em meados de 1971, a ênfase dos testes da Unidade mudou de avaliações gerais, desempenho e apoio do Exército à execução de trabalhos práticos para investigar o uso de hovercraft no papel de Mine Countermeasures (MCM - Atividade Caça-Minas). Isso envolveu inicialmente SR.N6s e mais tarde o BH 7 rebocando equipamento MCM simulado, em uma gama de estados do mar. O equipamento foi desenvolvido para permitir que o hovercraft fosse rebocado e controlasse o equipamento em fluxo, e também para permitir que a tripulação de embarcações para implantar e recuperar equipamento. A atratividade do hovercraft para o papel do MCM centrou-se em suas baixas assinaturas acústicas, magnéticas e de pressão, imunidade relativa a explosões e alto potencial de velocidade de trânsito.
![]() |
| BH 7 |
O maior hovercraft operado pelo IHTu foi p VT 2.
Os britânicos militarmente usaram os hovercrafts para logística, transportes, caça-minas e outras funções, mas não o idealizaram para combate, embora as possibilidades fossem boas.
E foram os estadunidenses que criaram o primeiro hoverdraft para combate, o notório SK-5,no Vietnã.
O SR-N5 foi adaptado para uso em patrulha nos rios e charcos do Vietnã no final dos anos 60. Foram entregues 7 unidades pelos britânicos para os EUa, sendo que 3 inicialmente foram para a US Navy.
Foto acima é o primeiro SR.N5 implantado no Vietnã. Pintado com design de dentes de um animal mitológico vietnamita(*4), foi concebido para apresentar uma temível presença no campo de batalha.
Foi formada uma unidade combinada da US Navy e da Infantaria do US Army, conhecida como Força Móvel Riverine do Delta do Mekong. Essa força conjunta compreendia uma parte substancial da Marinha de Água Marrom no Delta (o termo Brown Water Navy refere-se à US Navy durante a Guerra Civil Estadunidense, quando as forças da União patrulharam o lamacento rio Mississippi). Isso reviveu o conceito, que foi modelado a partir das lições aprendidas pela experiência francesa na Primeira Guerra da Indochina e teve a tarefa tanto do transporte (de soldados e equipamentos), quanto de operações de combate. As unidades de infantaria ribeirinhas estavam estacionadas em navios ao largo da costa e em locais baseados em terra. O Delta do Mekong e o conceito Mobile Riverine Force juntou unidades de barcos de assalto da Marinha recém-criadas com uma brigada de infantaria do Exército. O Delta apresentou um local clássico apropriado para as operações ribeirinhas como não havia sido visto desde a Marinha da União na Guerra Civil Americana. O que tornou necessário rever o conceito de veículo anfíbio que levaria a luta ao inimigo por terra e água com velocidade e agilidade, o que não era possível somente com as lanchas de patrulha PBR-31 Mk II ou PCF-71 Swift Boat.
![]() |
| PBR-31 MkII |
![]() |
| PBR-31 Mk II |
![]() |
| PCF-71 Swift Boat |
![]() |
| Um PCF-71 ancorado ao lado de dois PBR-31 em uma base fluvial. |
![]() |
| Uma base das Forças Ribeirinhas Móveis |
Os dois primeiros hovercrafts SR.N5 foram enviados à US Navy no Vietnã para serem testados em combate, onde deveriam servir como unidades de patrulha e ataque rápido no Delta do Mekong. O conceito de hovercraft para ser usado neste terreno parecia sólido e comprovado pelo britânicos, mas a ideia era controversa quanto a sua efetividade como vetor de combate. Embora sua mobilidade fosse única e fossem capazes de acelera até 75 nós (cerca de 139 km/h)*, a sua eficácia no combate seria posta a prova.
Na madrugada da manhã do primeiro desdobramento, dois esquadrões de atiradores da 3ª Brigada, 9ª Divisão de Infantaria, foram posicionados nos conveses do hovercraft em preparação para uma patrulha em um afluente do rio Song Tien Giang. Antecipando as baixas, as macas foram colocadas nos conveses.
Um olhar mais atento na fotografia acima mostra o arnês de segurança preparado para as tropas no convés: corda fina amarrada a um corrimão para proteger os membros de se aventurar no arco de disparo das metralhadoras .30 a bordo, uma linha azul foi pintada no convés para definir o limite de popa do arco. As tropas foram fortemente encorajadas a manter seus pés e pernas para trás.
O SK-5 foi armado com metralhadoras M-2HB de calibre .50 montadas numa torre com uma taxa combinada de fogo de até 1.000 tiros por minuto e duas metralhadoras calibre .30 montadas nas laterais. Muito eficazes, mesmo sendo armamento da Segunda Guerra.
![]() |
| As duas metralhadoras pesadas Browning .50 em torreta frontal |
![]() |
| Uma das Browning .30 internas da embarcação |
O ruído excessivo do motor e do propulsor, combinado com a pulverização das aberturas de ventilação, prejudicava a visão e audição das tropas confinadas aos conveses. Esse problema com o hovercraft usado nessa configuração tática mostrou que o nível de ruído dos motores era tão alto quanto um avião ou helicóptero. Mais tarde, entrevistas com aldeões esclareceram que os hovercrafts eram ouvidos muito antes de chegarem a seus campos de arroz. Isso daria um bom tempo para os vietcongues (VC) nas margens do rio em frente para preparar uma emboscada ou para simpatizantes do VC que vivem nas aldeias irem para frente do rádio para alertá-los quanto a presença da patrulha
Pôde-se observar a mobilidade em diversos terrenos durante a patrulha fluvial. Após cuidadosa observação, os moradores da vila distante podem ser vistos o canto superior direito da fotografia acima andando pela estrada. Atraídos pelo som e visão desta máquina estranha, eles testemunharam tristemente a destruição de uma parte da sua cultura de arroz. Os dois hovercrafts carregados de tropas manobraram através de diques e através dos campos pertencentes à aldeia, achatando o arroz e destruindo canais de irrigação. O dano extensivo é visto na fotografia acima. O pessoal de Assuntos Civis da MACV citou esse tipo de desrespeito a propriedade e as colheitas do povo vietnamita como um fator motivador em sua resistência aos programas de pacificação dos governos Sul-vietnamita e dos EUA.
Nesse primeiro teste, alguns quilômetros adiante, rio abaixo, foram emboscados. O poder de fogo das oito metralhadoras pesadas a bordo dos dois hovercrafts versus um ou dois na margem do rio silenciaram as armas VC rapidamente, mas se tivesse sido uma operação bem equipada e bem planejada, o resultado poderia ter sido devastador. A importante lição aprendida foi que o hovercraft parecia inadequado para o desdobramento como pretendido. Tropas transportadas nos conveses eram vulneráveis a armas de fogo pequenas e armas automáticas, a saia e as hélices foram facilmente danificadas e o ruído excessivo do motor eliminou aspecto furtivo pretendido. O filme confidencial e as fotos da implantação naquele dia foram enviados ao Departamento de Defesa para avaliação. Análise do material foi encaminhada pelo de MACV e pelo Exército Uma Equipe confirmou que a aplicação de combate do Hovercraft SR.N5 era para ser limitada.
Muita gente confunde o SR-N5 da Marinha como o único modelo que atuou, provavelmente porque o maketing de ter uma boca de tubarão na frente era mais eficiente, mas o modelo do Exército foi mais extensamente usado.
A empresa britânica Hovercraft forneceu aqueles sete veículos do tipo BHC SR.N5 para a Bell Aero Systems. Após o re-equipamento com turbinas a gás General Eletric Lm-100, receberam a designação Bell Sk-5 Modelo 7232. Três unidades designadas como PACV ou Pak Veess (Patrol Air Cushion Vehicles) sub os números 004, 017 e 018, e esses são os que foram testados pela a US Navy no Vietnã, onde eles estavam estacionados em Cat Lo. De lá, operaram em 1966 por oito meses. Em Janeiro de 1967 eles foram enviados de volta para os EUA para a revisão geral e re-equipamento, para retornarem no inicio de 1968 por mais um ano de serviço no Vietnã (em Nang e Tan My).
Estes modelos 7232 poderiam desenvolver 52 nós e transportar 17 combatentes equipados. Mas os custos de a manutenção do 7232 eram semelhante ao de um avião a jato. O preço de cada hovercraft era próximo de um milhão de dólares. Em 1967, a Marinha dos EUA modificou extensivamente esses hovercrafts com os decks retos (os anteriores eram arredondados), as saias melhoradas, tranques de combustível maiores e um motor atualizado. Mas ainda em 1968, eles foram transferidos para a área costeira de Danang. Mais tarde eles foram repassados para Guarda Costeira de São Francisco, da Divisão Costeira 17.
Os PACVs deveriam ser operados em missões com alta velocidade (70 nós) nos charcos e áreas pantanosas do Vietnã, no entanto, o seu emprego acompanhado de uma elevada geração de ruído das turbinas a gás, além das altas cargas mecânicas que obviamente não foram devidamente supridas, os soldados da Força Riverine consideravam se, como recurso, eram ideais. Em comparação com os PBRs (Patrol Boat River), os veículos com colchão de ar eram caros, em custo muitas vezes maior, para a aquisição.
O rápido PACV era facilmente operado em canais simples e atoleiros, passando facilmente por obstáculos em terra. Porém, muito barulhentos e sofisticados para as operações marginais. Por usar tecnologia de aviação, eles eram caros e difíceis de manter. Eles consumiam combustível em quantidade extrema. Os projetos atuais têm padrão automotivo e motores a diesel e são bem mais confiáveis e baratos.
Mesmo assim, para alguns o resultado foi além do esperado, tanto que o Exército dos EUA decidiu usar no Vietnã seu próprio ACV (Air Cushion Vehicle). Em oposição aos modelos da Marinha dos EUA que "foram militarizados", os modelos do Exército foram construídos especificamente para uso militar, muito mais preparados para finalidade de combate. Ao contrário do PACV, o ACV do Exército foi blindado e dispensou as janelas de passageiros.
O Exército dos EUA ordenou uma versão aperfeiçoada do modelo 7232, chamado Sk-5 Modelo 7255 AACV (Assault Air Cushion Vehicle). Foram construídos três modelos além de um na versão de transporte (carga e pessoal) chamado de TACV (Transport Air Cushion Vehicle) com diferenças na almofada de ar e válvulas de controle.
O Exército dos EUA ordenou uma versão aperfeiçoada do modelo 7232, chamado Sk-5 Modelo 7255 AACV (Assault Air Cushion Vehicle). Foram construídos três modelos além de um na versão de transporte (carga e pessoal) chamado de TACV (Transport Air Cushion Vehicle) com diferenças na almofada de ar e válvulas de controle.
A porta frontal foi ampliada para facilitar as operações da infantaria e os decks laterais frágeis foram substituídos. O armamento era mais pesado com 2 metralhadoras Browning .50 e um lançador de granada de 40 milímetros automático modelo M5 igual ao usado no Bells AH-1 e um deles foi, posteriormente, armado com uma mini-gun. Essas armas eram dispostas em arcos A versão de transporte foi armada apenas com 2 metralhadoras M-60 de 7,62 mm. Os escudos foram adicionado nas laterais e em especial nas posições do piloto, o operador de radar e o artilheiros da M5 e das 2 metralhadoras 50, bem como para as partes mecânicas mais sensíveis.
Os ACVs vieram em duas configurações: ACVs 901 e 902 foram configurados como Assault Air Cushion Vehicles (AACV) enquanto 903 foi equipado como um Válvula de Almofada de Ar para Transporte (TACV). O primeiro tinha anéis de manobra, cada um montando uma única metralhadora M2 de 12,7 mm no teto da cabine, com um lançador de granadas automático M5 40mm montado no lado do casco de estibordo e dois M60s de 7,62 mm na cabine. O TACV 903 dispensou as armas montadas no teto e adicionou uma metralhadora M2 através da porta da frente do compartimento de carga, o que não deve ter facilitado o carga e descarga.
Em março de 1970, o armamento montado no teto dos sobreviventes, os ACVs (901 e 903) eram uma minigun GAU-2 de 7,62 mm e uma Metralhadora M2 de 12,7 mm. Metralhadora M2 dianteira do 903 mais tarde foi substituída por um conjunto gêmeo de M60. Enquanto algumas fontes afirmam que 901 foi o único ACV a ser equipado com um lançador de granadas M5, fotografias mostram claramente 901 e 902 foram equipados dessa forma.
Um relatório bastante entusiasmado de agosto de 1968 recomendou que armas mais pesadas fossem montadas para enfrentar os bunkers Vietcongues e defendeu a substituição das metralhadoras montadas no teto por canhão de 20mm e usar os decks laterais para acomodar reparos para rifles sem recuo de 106mm M40A1 ou o anti-tanque AG-22B ENT da CA mísseis (com Shillelagh ou TOW para os modelos de seguimento). Contudo, nada disso foi implementado, embora o comandante da unidade estivesse preparado para testar o fogo os rifles sem recuo com o veículo sem esperar por testes padronizados.
Os modelos do Exército dos EUA representaram um avanço importante no uso bélico do hovercrafts pois suas "saias" eram seccionadas, permitindo uma melhor substituição e conserto. Possuíam também uma rampa, que possibilitou melhor carga e descarga de pessoal e equipamentos, além de permitir carregar uma mula mecânica ou um jipe equipado com um canhão sem recuo de 106mm.
Os ACVs vieram em duas configurações: ACVs 901 e 902 foram configurados como Assault Air Cushion Vehicles (AACV) enquanto 903 foi equipado como um Válvula de Almofada de Ar para Transporte (TACV). O primeiro tinha anéis de manobra, cada um montando uma única metralhadora M2 de 12,7 mm no teto da cabine, com um lançador de granadas automático M5 40mm montado no lado do casco de estibordo e dois M60s de 7,62 mm na cabine. O TACV 903 dispensou as armas montadas no teto e adicionou uma metralhadora M2 através da porta da frente do compartimento de carga, o que não deve ter facilitado o carga e descarga.
Em março de 1970, o armamento montado no teto dos sobreviventes, os ACVs (901 e 903) eram uma minigun GAU-2 de 7,62 mm e uma Metralhadora M2 de 12,7 mm. Metralhadora M2 dianteira do 903 mais tarde foi substituída por um conjunto gêmeo de M60. Enquanto algumas fontes afirmam que 901 foi o único ACV a ser equipado com um lançador de granadas M5, fotografias mostram claramente 901 e 902 foram equipados dessa forma.
Um relatório bastante entusiasmado de agosto de 1968 recomendou que armas mais pesadas fossem montadas para enfrentar os bunkers Vietcongues e defendeu a substituição das metralhadoras montadas no teto por canhão de 20mm e usar os decks laterais para acomodar reparos para rifles sem recuo de 106mm M40A1 ou o anti-tanque AG-22B ENT da CA mísseis (com Shillelagh ou TOW para os modelos de seguimento). Contudo, nada disso foi implementado, embora o comandante da unidade estivesse preparado para testar o fogo os rifles sem recuo com o veículo sem esperar por testes padronizados.
Os modelos do Exército dos EUA representaram um avanço importante no uso bélico do hovercrafts pois suas "saias" eram seccionadas, permitindo uma melhor substituição e conserto. Possuíam também uma rampa, que possibilitou melhor carga e descarga de pessoal e equipamentos, além de permitir carregar uma mula mecânica ou um jipe equipado com um canhão sem recuo de 106mm.
Mais pesado, o ACV SK-5 foi equipado com uma turbina geral Eletric Lm-100-pj102 que desenvolvia 1250 Hp, 21.000 rpm. Transportava 300 galões de combustível e operou com um raio de ação de 165 milhas náuticas***. Sua tripulação era de 7 membros e podia carregar 12 combatentes totalmente equipados. Eles entraram em ação em 1968 com a 39ª Cavalaria da 9ª Divisão de Infantaria. Eles operavam em áreas inundadas e pantanosas, bem como em terra firme. As saias segmentadas ajudaram a reduzir significativamente a pulverização de água e melhoraram o desempenho em terrenos acidentados.
Armado e blindado, ficou com um nível de proteção semelhante ao de um M113. Seu tanque de combustível e as partes mecânicas sensíveis receberam mais atenção contra salvar de 12,7mm a 200 jardas (182,88m) e com isso se reduziu a blindagem de proteção da tripulação para redução de peso. Até certo ponto, um RPG ou um rifle sem recuo, que poderiam acabar com um dia feliz de operações não foram encontrados por um bom tempo.
Armado e blindado, ficou com um nível de proteção semelhante ao de um M113. Seu tanque de combustível e as partes mecânicas sensíveis receberam mais atenção contra salvar de 12,7mm a 200 jardas (182,88m) e com isso se reduziu a blindagem de proteção da tripulação para redução de peso. Até certo ponto, um RPG ou um rifle sem recuo, que poderiam acabar com um dia feliz de operações não foram encontrados por um bom tempo.
Operações
A unidade experimental do ACV foi designada para a 3ª Brigada do 9ª Divisão de Infantaria e passou por diversas mudanças designação: Air Cushion Vehicle Test Unidade, Armor Platoon Air Cushioned (provisório) e Air Cushion Vehicle Unit, mas foi oficialmente conhecido como o 39º Pelotão de Cavalaria, de sua unidade parterna.
Durante os seus 28 meses de implantação, a unidade ACV realizou várias tipos de operações no Delta do Mekong e Plain of Reeds: busca e destruição, busca e limpeza, segurança de rotas, invasões, emboscadas e suporte de serviço de combate. As missões melhor realizadas pelos ACVs em tal terreno foram listados como reconhecimento, segurança de canais, cordão de áreas para evitar a fuga, elemento de segurança para assaltos aeromóveis, patrulhamento de fronteiras, assaltos contra unidades inimigas em movimento, inserção e extração de patrulhas de longo alcance, e transporte de tropas terrestres.
A doutrina pediu que todo o pelotão operasse em conjunto, como o caso em 7 de junho de 1968 para sua primeira missão. Contudo, os ACVs geralmente eram operados em pares: primeiro porque uma embarcação sempre era enviada de volta na base para manutenção e/ou treinamento e depois porque o pelotão só tinha duas máquinas sobreviventes. Em cargas normais, a capacidade de carga das tropas era geralmente menor do que a planejada de 12 homens, com 9 sendo mais comuns, embora a capacidade teórica pudesse às vezes ser alcançada quando se levava Infantaria vietnamita (mais leves).
Apesar de alguns artigos descrevendo tropas disparando dos conveses laterais, isso não foi feito, pois foi descoberto que "largar o latão" (gíria para fogo automático, em relação às capsulas ejetadas) danificaria facilmente o ventilador ou a hélice. De fato, andar nas plataformas laterais não era 100% seguro e, em em novembro de 1968, um soldado de infantaria da ARVN caiu na entrada do ventilador de elevador do 901 (provavelmente depois de ser baleado) com conseqüências fatais, enquanto o hovercraft ficou inativo por oito meses. Como resultado, barras de metal foram logo adicionadas à entrada do ventilador de elevação, juntamente com telas de malha nas plataformas laterais.
Os ACVs eram barulhentos demais para se aproximarem de um inimigo despercebido mas sua velocidade combinada com a dificuldade de identificar a fonte do ruído muitas vezes tornou possível alcançar algum grau de surpresa tática. Além disso, o hovercraft de 8,5 toneladas poderia ser facilmente levantado por uma grua voadora CH-54 que, sim foi utilizada para a recuperação de embarcação desabilitada e fornecer flexibilidade operacional, mudando rapidamente para uma nova área de operações. No segundo caso, os ACVs com combustível e uma pequena oficina de manutenção seriam carregados em uma base de fogo que serviria como base temporária de operações.
Enquanto os ACVs forneceram uma capacidade única de movimento rápido tanto a água como a terra, a transição de um para o outro era fortemente restringida pelo terreno. Mesmo que o hovercraft pudesse vencer um obstáculo de quatro pés, foi restringido por bancos altos, íngremes gradientes ou linhas de árvores. Além disso, as marés internas poderiam alterar o nível da água em 5 a 10 pés, transformando um banco acessível em um grande obstáculo. Como resultado, as operações do ACV foram mais eficazes quando acopladas a um helicóptero escolta que poderia ajudar com a navegação.
Altos níveis de consumo de combustível limitaram as operações a 6 ou 7 horas antes da necessidade de reabastecimento, se fosse possível operar em velocidade reduzida, resistência em operações de alta velocidade sendo cortadas em um terço ou mais. O consumo de combustível também aumentou significativamente quando operando em plena carga. Sem cadeia de suprimentos regular e com a necessidade de enviar motores de volta aos Estados U
2025-12-18 13:00:32


































Ainda não há comentários.